11 janeiro, 2006

Alguns factos e marcos históricos

A aldeia de Boassas é um lugar de interesse turístico, cultural e histórico. Esta aldeia já foi vila e cabeça de couto nos meados do Séc. XIII, ao qual, a 15 de Março de 1253, em Santarém, D. Afonso II deu foral.
Espalhados pela aldeia ainda hoje se podem encontrar elementos que revelam o passado em diferentes períodos no tempo.
A Capela de Nossa Senhora da estrela, situada no centro da população, foi edificada em 1710 e restaurada em 1929. Á sua frente encontra-se o Cruzeiro da Independência erguido em 1940.

A Casa do Cubo, junto à capela, que pertenceu à família dos Serpas, da qual se destaca Serpa Pinto, o conhecido explorador das terras africanas, apresenta elementos de várias épocas, sendo que s origem mais antiga da arcada é sugerida pela sua fisionomia, a lembrar as das naves das igrejas românicas. Mas também possui elementos de outras épocas, nomeadamente do séc. XVIII, resultantes da provável necessidade de ampliação do espaço.
A Casa do Fundo da Rua, casa armoriada do séc. XVIII (setecentista), pertenceu também à família dos Serpas, que teve origem em António Rodrigues de Oliveira e Serpa, o Velho, fidalgo da casa real e camarista do rei D. Sebastião. Esta casa localizada na parte baixa da aldeia é por vezes designada por Casa do Fundo de Vila, possui uma vasta área de cultivo e de jardins e um belo miradouro sobre o rio Douro.
Outra casa e quinta que foi propriedade do grande africanista Serpa Pinto foi a Quinta do paço da Serrana, no limite de Boassas e Fundoais, actualmente em ruínas mas ainda com uma pequena e densa floresta de árvores exóticas que outrora fora radiosa.
A Quinta do Revogado é outra casa de nobres pergaminhos.
Em 1938, no concurso "A aldeia mais portuguesa de Portugal", Boassas foi classificada a segunda aldeia mais portuguesa de Portugal e em frente à Casa do Cerrado pode-se ver, ainda hoje, uma lápide comemorativa com a inscrição: VIVA BOASSAS.
Indo mais atrás no tempo, a “Arribada”, aglomerado de casas no centro da aldeia, é o núcleo mais antigo da aldeia de Boassas e que apresenta ainda um acentuado ar mediterrânico. No centro é possível detectar um edifício todo em pedra, de planta quadrangular, agora transformado em habitação e que seria, quanto a alguns historiadores, a fortificação (ribat) que deu a origem ao povoado e ao topónimo Arribada (ou Arrábida). Numa ombreira de porta, de uma antiga azenha no lugar de Boassas, encontra-se uma inscrição com a data de 1072. Aparentemente, a data mais visível transcreve uma outra, localizada mais abaixo, sendo essa, talvez, a original. Independentemente dos problemas que esta inscrição indicia, e partindo do princípio de que é verdadeira, deduzimos tratar-se de um parco vestígio de moçarabismo.

O nome Boassas

Para explicar factos e acontecimentos o povo tem sempre a sua explicação com histórias fictícias ou reais e Boassas não foge à regra.
Diz o povo que o nome de Boassas foi dado por dois viajantes que quando por lá passaram e pararam para beber água na Fonte da Pedra – fontanário alimentado por uma nascente de água no meio de uma rocha. Quando um dos viajantes bebeu da água dessa nascente o outro perguntou se era boa e este respondeu: Avo Aças (Segundo os habitantes quer dizer “muito boa”).

Assim se conta a história do nome de Boassas. Mas depois de alguma pesquisa e investigação, vim a descobrir que esta história tem mais de real do que parece. Pelo que descobri, o nome de Boassas já vem da época pré-romana e, segundo historiadores vem da palavra av- (água), como explicito no seguinte esquema:

Avo-aças, do pré-romano av- (água) > Avoazas (981) > Boaças (1258) > Boassas

Apontamentos

«Do outro lado do afluente, (...), situa-se, na íngreme encosta, outro rústico povoado, ainda mais antigo e não menos singular. É a vila velha de Boassas, reconhecida como cabeça de Concelho, nos meados do Séc. XIII. Foi o Bolonhês quem, em 1253, lhe concedeu a baptismal carta de foral».

Sant'Anna Dionísio

Uma breve apresentação

Boassas é uma pequena aldeia que pertence ao concelho de Cinfães. Situa-se entre a margem direita do rio Bestança e a esquerda do rio Douro.
Esta varanda sobre o rio Douro foi classificada em 1938 como a segunda aldeia mais portuguesa de Portugal.
Nos quintais e nos campos de cultivo que a envolvem a vegetação é abundante, rica em oliveiras, laranjeiras, cerejeiras, vinhas, eucaliptos e pinheiros que enriquecem a paisagem pitoresca desta aldeia medieval, que outrora tinha como principais actividades a agricultura e o comercio.
O clima é ameno apesar da proximidade da Serra de Montemuro, pois a sua localização ao longo da encosta, bem como a proximidade do rio Douro protegem-na das agressões do clima serrano.
No que toca à arquitectura, o centro apresenta um casario apinhado, quase dividido em quarto grupos, a Arribada, o Casal, a Casa Nova e o Campo D’Além, sendo a Arribada a parte mais antiga da aldeia.

GesSite - Tenha um site em 24h
O seu site em 24h, visual profissional e com backoffice.